Como escreveu Machado de Assis em seu conto “O Espelho,” publicado originalmente em 8 de setembro de 1882 no jornal Gazeta de Notícias , expondo que a nossa “alma externa”, ligada ao status e prestígio social, à imagem que os outros fazem de nós, é muito mais importante do que a nossa “alma interna”, ou seja, a nossa real personalidade.
A alma interna: silenciosa, pessoal, sensível — aquilo que somos no íntimo, quando ninguém está olhando.
A Alma Externa; visível, construída, social — aquilo que os outros veem em nós, aquilo que vestimos, mostramos, representamos.
Uma das causas fundamentais dos vários problemas que o mundo enfrenta hoje é resultante da disseminação da perspectiva materialista que enfatiza o que é visível ou palpável. Desconsiderando a conexão existente entre a alma interior e exterior, perdendo a noção do verdadeiro valor interno, e buscando o reconhecimento social. E quando isto acontece, encontramos pessoas financeiramente bem sucedidas, com uma visibilidade muito grande, mas extremamente depressivas, amargas, e até mesmo com pensamentos suicidas.
É preciso entender que alma (Atman) é a essência eterna e imutável de um ser. Ela é considerada pura consciência, além de pensamentos, sentimentos e ações, que geralmente estão associados à mente. A mente (Manas), por outro lado, é considerada parte do corpo sutil e é responsável por pensamentos, emoções e decisões. A alma é íntima, cheia de vida, vitalidade e energia. Parece querer constantemente mais vida e vitalidade e, portanto, pode ser uma ameaça para o status externo. Quando você cuida de sua alma, pode descobrir que suas necessidades podem não combinar com seus próprios desejos externos. Isto acontece quando você quer representar algo, ou alguém, a qual sua alma interna não está adaptada.
Quando estamos sós, e olhamos no espelho, qual alma estamos vendo?
A alma interna, como nossos verdadeiros sentimentos e desejos?
Ou alma externa, com a máscara daquilo que a sociedade quer ver em nós?
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